Medo e orgulho, nossos maiores problemas
Por Rosana Hermann
Você é humano? Então você tem todos os sentimentos humanos. Uns mais, outros menos, mas sente e passa por todos eles. Amor, raiva, saudade, alegria, aqueles todos que você tão bem conhece.
Mas tem dois que fazem a diferença. A diferença dos problemas, medo e orgulho.
Vamos começar com o orgulho, que encabeça todos os outros equivalentes como a vaidade, a soberba e seus primos correlatos.
O orgulho é um sentimento que nasce dentro da gente e vai até o final da pele, onde nosso "eu" termina ou, pelo menos, deveria terminar (tem gente que expande seu "eu" para alguns quilômetros além de si). Eu vivo em meu mundo, tenho meus pensamentos, minhas ideias, meus conceitos. E não quero abrir mão deles. Também não quero ser questionada, criticada, contrariada. Tudo tem que ser do lado de fora do jeito que quero/imagino dentro do meu mundo particular. E é no contato entre os dois mundos, o de fora e o de dentro, que o orgulho bate.
O orgulho é o guardião, a sentinela, que tenta impedir que a realidade se imponha sobre nossos pensamentos. Por isso, quando estamos errados, equivocados, em vez de deixar a humildade ir até a porta da alma e dizer "me desculpe, eu errei", mandamos o exército do orgulho para nossas fronteiras para ameaçar qualquer bom senso que queira nos visitar.
Orgulho é a teimosia do coração.
E aí tem o medo.
O medo move todo mundo. Ou paralisa. O medo é o sentimento que vem da percepção do lado de fora para o lado de dentro. A realidade entra e passa pelos filtros dos nossos fantasmas, inseguranças, ignorâncias e é distorcido. Seus olhos registram a sobra e vêem o monstro. Miram a cortina e imaginam o mal.
O problema é que o medo é um conselheiro poderoso da mente. Um conselheiro ruim, como Scar era pro Rei Leão, mas um conselheiro. O medo vai lá e sussura coisas loucas, ruins, cruéis. O medo dá comida na boca da vingança, aquele prato que você saboreia frio e que envenena seu carma a longo prazo.
O medo tem uma função biológica, claro, de alerta, contra o perigo. Mas a gente faz do medo um monstro que transforma a vida toda em perigo e todas as pessoas em potenciais inimigos. O superlativo do medo acaba sendo a paranoia.
A soma do medo com o orgulho é terrível, como a amizade de Hitler com Stalin. Você se sente ameaçado por uma pessoa, seu medo toca a campainha da sua agresssividade que vai lá, ataca, destroi, fere, mata e depois manda o orgulho como advogado de defesa dizer que você estava apenas se defendendo. Do quê? Da sua alucinação? Do seu desequilibrio?
Em última instância, como diz meu marido, ninguém tem culpa das doenças e desequilibrios que tem.
Mas tem tiver o mínimo de consciência, aquela que nos permite viver em sociedade e fazer coisas como tirar documentos, passar em exames psicotécnicos, tirar habilitação, estudar, trabalhar, tem que conhecer a si mesmo e tratar de seus potenciais monstros.
Mas tem tiver o mínimo de consciência, aquela que nos permite viver em sociedade e fazer coisas como tirar documentos, passar em exames psicotécnicos, tirar habilitação, estudar, trabalhar, tem que conhecer a si mesmo e tratar de seus potenciais monstros.
Porque o monstro interior mata o próprio hospedeiro, claro, mas acaba arrastando consigo, por orgulho e medo, uma porção de inocentes.
SENTIMENTOS SÃO IMPORTANTES!!
ResponderExcluirE sempre bom ter uma ideia diferente do que pensamos,o medo pode ser ruim,mais e extremamente importante,e o orgulho também.