segunda-feira, 31 de outubro de 2011

FORÇA, LULA! NOSSO ETERNO PRESIDENTE.

Do Blog da Ana Júlia



Lula, Em Nome da Paz - Na voz de Gaby Amarantos.




No momento que milhões de brasileiros e brasileiras se unem em pensamento positivo, em orações,
de todo o jeito desejando Força ao nosso melhor presidente da história do nosso país,
vale a pena assistir.

FORÇA LULA!!!!!
.                                                                                                                  

domingo, 30 de outubro de 2011

Padre Fábio rebate críticas do padre Marcelo e diz que o colega também não usa batina; ele votou em Dilma e acha que igreja faz 'voto de cabresto' ao discutir aborto só nas eleições

Via Conteúdo Livre

bergamo@folhasp.com.br

HABEMUS FÁBIO

Padre Fábio rebate críticas do padre Marcelo e diz que o colega também não usa batina; ele votou em Dilma e acha que igreja faz 'voto de cabresto' ao discutir aborto só nas eleições


Fotos Karime Xavier/Folhapress
O Padre Fabio faz missa ao lado da estátua de cera do papa João Paulo 2º 

Uma mulher vestindo calça de ginástica entra na Catedral São Francisco de Chagas, em Taubaté (140 km de SP), com a missa das 8h já em andamento. Senta-se no primeiro banco e saca o celular. Aponta o aparelho para o altar. Não está interessada na arquitetura da igreja nem na estátua de cera do papa João Paulo 2º, entregue recentemente. Busca um clique do padre Fábio de Melo.
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O sacerdote conduz a missa a poucos dias de começar a divulgação de seu 16º CD, "No Meu Interior Tem Deus", de música caipira e textos religiosos. "Fazia celebrações aqui três vezes por semana, mas tive que parar, porque era muita aglomeração", diz ele ao repórter Diógenes Campanha. Passou a marcar as missas sem avisar. "Mas o povo acaba sabendo. E elas ligam para avisar as outras, você viu?" Embora pertença à Diocese de Taubaté, ele não tem paróquia fixa.
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"Pensaram que eu teria uma igreja só pra mim, um santuário. Mas não quero, iria virar lugar de peregrinação. Não posso ter igreja paralela." É uma clara referência a outro sacerdote cantor, e popstar: o padre Marcelo Rossi, que inaugura em dezembro o Santuário Mãe de Deus, em SP, com capacidade para 100 mil pessoas, e recebe caravanas de várias cidades.
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Farpas entre os dois já voaram para lá e para cá. O padre Marcelo, por exemplo, critica o padre Fábio por trocar a batina por camisas de marcas famosas em aparições públicas. Em abril, disse em entrevista: "Já alertei o Fábio para que não deixasse de usar batina. E ele está usando, por acaso? Bem se vê que eu não tenho influência sobre ele". "Eu tive três contatos com o padre Marcelo, dois pessoalmente e um por telefone. E não lembro de, em nenhum momento, ter conversado sobre isso com ele." O assessor de imprensa da Sony, gravadora dos dois padres, cutuca o repórter e pergunta se "isso é o foco da matéria".
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O padre Fábio prossegue: "Aquilo que ele usa não é uma batina também. É uma espécie de um hábito franciscano, embora ele seja um padre diocesano". As farpas continuam: "O maior padre comunicador da história do Brasil é o padre Zezinho, que nunca usou batina. É um homem que faz um trabalho sério e nunca foi menos padre porque não usa batina".
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"Não somos amigos . Se eu precisar falar com ele [padre Marcelo], não sei como encontrá-lo. Nós dois trabalhamos com música, mas de forma diferente: eu componho, escrevo as minhas músicas. Faço questão de ter uma identidade musical." Já o padre Marcelo só interpreta. "Ele faz uma linha mais litúrgica, que canta nas missas e nas celebrações dele." O padre Marcelo não foi localizado para comentar.
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Com uma veste de veludo preta e verde, com a inscrição "Filho do Céu", nome de uma de suas músicas, escrito na estola, o padre Fábio atende fiéis no fim da missa. "O senhor me tirou da macumba com uma palavra", diz uma senhora. Ela teve um derrame e pede que benza seu olho. "Tira [foto] com o anjo aqui", diz outra mulher. "Está vendo o que eu passo?", diz o padre. "Minhas velhinhas são muito táteis. Às vezes, o assédio é perigoso."
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"Uma vez, em Maringá, tinha uma mulher parada na porta do meu quarto [no hotel]. Disse: 'Vem cá, eu gostaria de fazer uma massagem no senhor'". Ele diz que anda sempre com dois assessores para evitar tais surpresas. E evita ficar sozinho com um deles, "porque tudo pode gerar uma insinuação".
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Ele tira a batina e veste camisa azul da Zara, calça e sapatos sociais pretos. Segue para a Fundação Dom José Antônio do Couto. Lá, adultos e crianças ajudam a restaurar as imagens do Museu de Arte Sacra de Taubaté. "Quis um projeto social simpático. A igreja não tem que continuar antipática à sociedade." Os santos do museu estão todos "de cabecinha tombada, triste. A religião deixou de falar do amor de Deus para falar de culpa. Você, um homem contemporâneo, não se identifica."
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No almoço, pede badejo grelhado e penne integral com legumes. Procura álcool em gel na bolsa transpassada preta e cinza, para limpar as mãos. "Minha equipe sempre anda com um", diz. "Só faço isso quando vou comer. Se fizer a cada cumprimento, fico com síndrome de José Serra." A revista "Piauí", em 2009, descreve que Serra usa o produto sempre que cumprimenta estranhos e não tem como lavar as mãos.
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Ao contrário do padre Marcelo, que esconde o voto, o padre Fábio revela que optou por Dilma Rousseff em 2010. "Se eu pudesse, colocaria a mulherada toda no poder." Um e-mail em que ele desejava boa sorte a Dilma no "dia histórico" da eleição foi divulgado quando um hacker invadiu a caixa postal dela. "Me correspondi com ela por um ano. Eu a atendi numa oportunidade na [comunidade católica] Canção Nova. Ficamos amigos."
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Também foi na Canção Nova que conheceu o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), para quem foi dar uma entrevista há alguns anos. "Tivemos uma identificação com algumas questões sobre o mundo. O Gabriel tornou-se, desde aquele momento, um amigo com quem converso sobre questões que normalmente não tenho a oportunidade de falar. Chamo isso de parentesco espiritual."
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"Quando você tem uma amigo assim, diminui a sensação de solidão, de orfandade na vida. É aquela coisa de 'que bom, vou estar com meu amigo hoje'". Conta ter também "gratidão" por Chalita ter lido seu primeiro livro. "Ele me abriu muitas portas, em todas as editoras." Escreveram juntos dois volumes de "Cartas entre Amigos".
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O padre critica o uso político do aborto por alguns setores da igreja, na campanha eleitoral. Panfletos contra Dilma foram distribuídos em celebrações, pregando que não se votasse nela por ter defendido a descriminalização da prática. "Naquele segundo turno, vivemos um momento delicado, em que questões importantes poderiam ter sido discutidas e não foram. Parecia, mais uma vez, uma imposição idiota: 'Não vote nela por causa disso'. Depois ninguém voltou a falar do assunto, porque era interesse de ocasião." Para ele, a igreja não pode discutir o tema só na eleição, "para não fazer voto de cabresto quando o povo tiver que decidir".
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Ele se declara "radicalmente contra" o aborto, mesmo em caso de risco para a mãe ou violência sexual. "A vida está acontecendo. E mesmo que metade seja de um estuprador, metade é minha [da mulher]. Sou a guardiã dessa vida."
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Já os homossexuais, afirma, são "mal interpretados" ao lutar pelo reconhecimento de sua união. "A necessidade de se falar sobre o casamento gay nasceu porque, após a morte de um dos cônjuges, a família, que nunca cuidou deles, quer ficar com aquilo que eles construíram juntos. Aí eu te pergunto: um conceito religioso pode cometer essa injustiça? Não." Ele é contra os gays se casarem na igreja. "E em nenhum momento nos pediram para fazer isso. Eles não estão reivindicando cerimônia religiosa."

FRASES

"Não somos amigos. Se eu precisar falar com ele [padre Marcelo] hoje, não sei como encontrá-lo"

"A igreja não tem que continuar antipática à sociedade"

"Era interesse de ocasião [a igreja usar o aborto na campanha]"

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

FÉ E VIDA

Do Adital
Fé e Vida na busca do Bem-Viver

Jaime Carlos Patias, imc
Mestre em comunicação e diretor da revista Missões
Adital
Nos dias 29 e 30 de outubro, a cidade de Embu das Artes, na diocese de Campo Limpo, São Paulo acolhe o 8º Encontro Nacional de Fé e Política, que nesta edição tem como tema "Em Busca da Sociedade do Bem-viver: Sabedoria, Protagonismo e Política". A programação do Encontro prevê três grandes conferências e 16 plenárias temáticas. Além disso, estão previstas atividades culturais e celebrações, um ato ecumênico e uma caminhada em memória aos 32 anos do assassinato do líder operário Santo Dias, e para marcar os 90 anos de dom Paulo Evaristo Arns e o Dia Nacional da Juventude.

Segundo a coordenação do Movimento Nacional de Fé e Política, o "Bem-viver" é um conceito que visa recriar, diante do fracasso do neoliberalismo, um antigo conceito de certas culturas andinas como os Quetchua e Aymará. Os povos tradicionais do nosso continente buscam em sua sabedoria ancestral uma proposta de vida que vem contribuindo para a construção de uma nova ordem social e política. Tendo sido incorporado nas Constituições da Bolívia (2009) e do Equador (2008), o Bem-viver despertou a atenção. Não se trata de uma volta a um passado idealizado. Os povos originários deste continente, apesar da colonização européia "civilizada e cristã", ainda mantêm modos de vida muito diferentes da moderna sociedade de mercado. Sua ideia central é a vida em harmonia consigo mesmo, com outras pessoas do mesmo grupo, com grupos diferentes, com Pacha Mama - a Mãe Terra seus filhos e filhas de outras espécies, e com os espíritos. Essa visão de mundo nos remete, na opinião do professor e pesquisador Ernesto Jacob Keim, ao que chamamos "princípios Eco-Vitais" que se caracterizam como direto inalienável de todas as pessoas desfrutarem de forma digna: alimento bom e suficiente; abrigo que atenda às necessidade de proteção; ocupação que valorize as potencialidades e talentos; afeto para promover amorosidade e sensibilidade o amor-compaixão; partilha como garantia de acesso aos bens para todos; cuidado como responsabilidade coletiva com o bem estar de todos e do Planeta, e espiritualidade entendida como consciência e vocação de todo o ser humano em "Ser Mais" na construção da Cidadania Planetária, onde tudo e todos integrem de tal forma que transcendem a materialidade de tempo e espaço. Inspirados no Bem-viver, a nossa vocação é, portanto, um chamado a não nos conformarmos com os esquemas deste mundo de espetáculo e consumo que exalta o viver bem egoisticamente.
Saiba mais sobre o Movimento Nacional de Fé e Política.
Essa visão está em sintonia com a história da salvação contida na Bíblia. Nela encontramos relatos de vários chamados de Deus, nas mais variadas circunstâncias para desempenhar missões específicas, conforme as necessidades. Chama Abraão, o pai na fé, e com ele faz uma aliança, prometendo-lhe uma numerosa descendência e uma terra (cf. Gn 12). Chama Moisés e Arão para libertar o povo de Israel da escravidão do Egito e conduzi-lo à Terra Prometida (cf. Ex 3, 6). Chama patriarcas, profetas, mensageiros, reis... Chama Gedeão, Samuel (cf. 1Sm 30), Davi (cf 2Sm, 2), Isaías (cf. Is 6), Jeremias (Jr 3, 4), Ezequiel (cf. Ez 1), Oseias (cf. Os 2), Amós (cf. Am 3), Jonas (cf. Jn 3), Zacarias (cf. Lc 1, 5) Ana, Isabel e Maria, a Mãe do Messias, Jesus de Nazaré (cf. Lc 1, 26-38). Para os cristãos, Maria é a virgem fiel. Cantou a libertação de Deus amor-compaixão: "Porque a seu povo visitou e libertou... derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou".
Jesus anunciou a Boa Nova do Reino e sofreu as consequências da sua fidelidade ao plano de Deus Criador. Julgado e condenado como prisioneiro político fez o dom de si na cruz e ressuscitou para reafirmar a vitória da vida sobre as forças da morte. Seu gesto profético inspirou muitos homens e mulheres a assumiram o mesmo compromisso de conjugar fé e vida na edificação do Reino.
Graças a essa coragem, ao longo dos séculos, as comunidades cristãs florescem e se multiplicam. Hoje, Deus continua chamando, dentro e fora das igrejas, no mundo e na sociedade, nas mais diversas situações e culturas, para a Missão de cuidar da vida no Planeta. Temos vocações de toda a sorte, ligadas ou não às igrejas, ordenadas ou leigas. Elas surgem como apóstolos e discípulos, pastores, profetas, profetisas, mensageiros, mártires da caminhada que não deixam cair a profecia e a esperança. Alguns já tombaram na fidelidade ou dormiram o sono da eternidade: Romero, Hélder, Adelaide Molinari, Cleusa, Sepé, Zumbi, Chicão, Marçal, Galdino, Dulce, Teresa, Margarida Alves, Luciano, Ezequiel, João Burnier, Josimo, José Comblin, Zilda, Maria, Nativo, Santo Dias, Frei Tito, Chico Mendes, Dorothy... Outros ainda seguem na luta e a lista é longa... Desde o ano 2000, à exemplo dos Intereclesiais das CEBs, os encontros Nacionais de Fé e Política reúnem, em média, cerca de 4.000 pessoas dos diversos grupos espalhados pelo Brasil.
Eles e elas não estão sozinhos, existem muitas outras lideranças que não aparecem nos holofotes, mas brilham aos olhos de Deus que vê o que o mundo não quer enxergar. São consagrados e ordenados, pastores, líderes e coordenadores de movimentos sociais, sindicatos, cooperativas, entidades e grupos vários; quilombolas, lavradores, pescadores, ribeirinhos, indígenas, afros, operários, populares, acadêmicos, mulheres e homens, idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças. O sonho de Deus segue vivo e atuante no "Sim", que somos capazes de dizer na Missão de conjugar fé e política para organizar a sociedade como queremos.
Em tempos difíceis onde a ditadura do mercado atropela a vida, resistir é preciso para, como bem nos lembra Pedro Casaldáliga, "não deixar cair a profecia" ou perder a esperança. Não dá mais para nos conformarmos com os esquemas deste mundo capitalista e neoliberal que tem como motor o mercado de consumo e especulação. Na fé e na política, a nossa Missão é envolver-nos. Quem tem fé no Deus da Vida não consegue ficar somente incensando tronos e altares nas pomposas liturgias seguindo regras rígidas da sacristia e pretendendo que não tem nada a ver com o que está acontecendo ao seu redor. A fé se fortalece na medida em que se torna vida na busca do Bem Viver colaborando, com a construção do Reino de Deus, aqui e agora, na perspectiva do Reino Definitivo.

#LulaDay

Do Tijolaço

O aniversário de 66 anos de Lula, hoje, colocou a expressão #LulaDay ( Dia do Lula, em português,) entre os tópicos mais comentados do Twitter no Brasil. E o ex-presidente correspondeu, colocando no Yotube uma mansagem de agradecimento aos “tuiteiros”. Veja acima.

domingo, 23 de outubro de 2011

Saber Cuidar


Do blog Histórias em Português

O cuidado e o futuro dos espoliados e da Terra

Leonardo Boff (adaptado)

A categoria cuidado mostrou-se a chave decifradora da essência humana. O ser humano possui transcendência e por isso viola todos os tabus, ultrapassa todas as barreiras e contenta-se apenas com o infinito. Ele possui algo de Júpiter dentro de si; não sem razão, pois dele recebeu o espírito.

O ser humano possui imanência e por isso se encontra situado num planeta, enraizado num local e plasmado dentro das possibilidades do espaço-tempo. Ele tem algo da Tellus/Terra dentro de si; é feito de húmus, donde deriva a palavra “homem”.

O ser humano encontra-se sob a regência do tempo. Este não significa um puro correr, vazio de conteúdos. O tempo é histórico, feito pela saga do universo, pela prática humana, especialmente pela luta dos oprimidos, em busca da sua vida e libertação. Constrói-se passo a passo; por isso, é sempre concreto, concretíssimo. Mas, simultaneamente, o tempo implica um horizonte utópico, promessa de uma plenitude futura para o ser humano, para os excluídos e para o cosmos. Somente buscando o impossível se consegue realizar o possível. Em razão dessa dinâmica, o ser humano possui algo de Saturno, senhor do tempo e da utopia.

Mas não basta suster tais determinações. Elas, na verdade, dilaceram o ser humano. Colocam-no distendido e crucificado entre o céu e a terra, entre o presente e o futuro, entre a injustiça e a luta pela liberdade.

Que alquimia forjará o elo entre Júpiter, Tellus/Terra e Saturno? Que energia articulará a transcendência e a imanência, a história e a utopia, a luta pela justiça e a paz, para que construam o humano plenamente?

É o cuidado que enlaça todas as coisas; é o cuidado que traz o céu para dentro da terra e coloca a terra dentro do céu; é o cuidado que fornece o elo de passagem da transcendência para a imanência, da imanência para a transcendência e da história para a utopia. É o cuidado que confere força para buscar a paz no meio dos conflitos de toda a ordem. Sem o cuidado que resgata a dignidade da humanidade condenada à exclusão, não se inaugurará um novo paradigma de convivência.

cuidado é anterior ao espírito (Júpiter) e ao corpo (Tellus). O espírito humaniza-se e o corpo vivifica-se quando são moldados pelo cuidado . Caso contrário, o espírito perde-se nas abstracções e o corpo confunde-se com a matéria informe. Ocuidado faz com que o espírito dê forma a um corpo concreto, dentro do tempo, aberto à história e dimensionado para a utopia (Saturno). É o cuidado que permite a revolução da ternura, ao tornar prioritário o social sobre o individual e ao orientar o desenvolvimento para a melhoria da qualidade de vida dos humanos e de outros organismos vivos. O cuidado faz surgir o ser humano complexo, sensível, solidário, cordial, conectado com tudo e com todos no universo.

cuidado imprimiu a sua marca registada em cada porção, em cada dimensão e em cada dobra escondida do ser humano. Sem o cuidado o humano far-se-ia inumano.

Tudo o que vive precisa de ser alimentado. Assim, o cuidado, a essência da vida humana, precisa também de ser continuamente alimentado. As ressonâncias docuidado são a sua manifestação concreta nos vários aspectos da existência e, ao mesmo tempo, o seu alimento indispensável. O cuidado vive do amor primordial, da ternura, da carícia, da compaixão, da convivialidade, da medida justa em todas as coisas. Sem cuidado , o ser humano, como um tamagochi, definha e morre.

Hoje, na crise do projecto humano, sentimos a falta clamorosa de cuidado em toda a parte. As suas ressonâncias negativas evidenciam-se pela má qualidade da vida, pela penalização da maioria empobrecida da humanidade, pela degradação ecológica e pela exaltação exacerbada da violência.

Não busquemos o caminho da cura fora do ser humano. O ethos está no próprio ser humano, entendido na sua plenitude que inclui o infinito. Ele precisa de se voltar para si mesmo e de redescobrir a sua essência, que se encontra no cuidado. Que ocuidado aflore em todos os âmbitos, que penetre na atmosfera humana e que prevaleça em todas as relações! O cuidado salvará a vida, fará justiça ao empobrecido e resgatará a Terra como pátria e mátria de todos nós.

Você tem fome de quê?

Da Agência Carta Maior

DEBATE ABERTO

Você tem fome de quê?

A grande novidade do Fome Zero é que ele não trata a fome como metonímia do ideal de segurança alimentar, mas como metáfora, que nem por isso seria menos real. Em outras palavras, quem decide o que é “fome” é o próprio sujeito: fome de futuro, de justiça, de luxo, de alimento, de educação.

Durante muitos anos a separação entre a miséria e a pobreza radicou na diferença entre a fome e a má alimentação. As grandes campanhas para a erradicação da fome na África, na década de 1970, baseavam-se na racionalização dos processos de produtividade agrícola. O pressuposto de que o problema residia na baixa produtividade da terra e de que esta poderia ser melhorada com implantação de novas tecnologias não era falso, contudo sua aplicação gerida por organismos internacionais, não rendeu os resultados esperados. 

O análogo nacional, Fome Zero partia de um pressuposto muito mais discutível. Naqueles tempos, que ainda precediam o cinismo instrumental, hoje praticado pelos que antes defendiam a rigorosa abstinência do Estado em relação a economia, a ideia de distribuir dinheiro diretamente à população ressoava com as experiências paternalistas, populistas e assistencialistas. Programas como o Fome Zero ou o Bolsa Família, parecem ser bem sucedidos, mas não pelos fundamentos e justificativas pelos quais são propostos. Assim como os projetos da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) na África eram um fracasso prático baseado em um sucesso conceitual, nosso programas se impõe como triunfos práticos ainda a procura de boas razões que os justifiquem.

Uma hipótese simples. Tanto o Bolsa Família quanto Fome Zero, levaram, em consideração, quiçá inadvertidamente, a dimensão social do sofrimento envolvido na miséria. Os programas africanos, baseados em gradientes nutricionais, coeficientes de proteínas, ou na tipagem genética de sementes, envolviam uma forma de intervenção que destituía as populações nativas e seus saberes. Ou seja, o suposto natural da intervenção implicava que tais populações precisavam de ajuda, e que estariam dispostos a aceita-la, passivamente. Ora, ações deste tipo jamais deveriam ser consideradas como uma administração de massas famintas, mais ou menos como a fantasia pós-moderna em torno de zumbis animados pelo consumo, vazios de alma, mecanicamente orientados para a carne de outros humanos. 

Mais ainda, ações deste tipo nunca deveriam ignorar que tais atos se inserem em uma dialética do reconhecimento. É pela forma e conteúdo do ato de ajuda, que ele constitui uma determinada forma de vida, que sanciona como legítimo um tipo de sofrimento, que torna a transformação possível. Em outras palavras, se reconhecemos zumbis é este o tipo de sofrimento que produzimos reciprocamente e é esta a posição na qual fixamos nosso destinatário. 

Ao fazer chegar dinheiro, e não apenas víveres e insumos de sobrevivência, o Bolsa Família, sancionou uma posição nova para aqueles que viviam na miséria. Eles não tinham apenas que se alimentar, eles tinham que escolher como o fariam. Com pinga, rapadura ou mandioca, em desperdício ou economia, eventualmente até com o redobramento da fome, agora assumida como uma escolha. Ao oferecer ao destinatário este instante de escolha e governabilidade de sua própria segurança alimentar, há um a-mais que nenhum projeto administrativamente calculado pode produzir. Ora, esta indeterminação foi justamente alvo das mais sérias críticas, algumas delas, aliás, perfeitamente plausíveis. 

Lacan distinguia estes dois momentos da lei do reconhecimento opondo a caprichosa lei materna, que decide quando e como o objeto deve ser entregue, à lei paterna que submete a indeterminação da vontade da mãe à determinação simbólica. A mãe pode suspender sua ajuda a qualquer tempo. Isso investe o objeto dado de um misterioso traço enigmático que o torna portador do sinal de amor. Entre a mãe e a criança forma-se assim um laço metonímico, no sentido em que um entende-se como extensão, contígua e determinada do outro. Tendo uma parte da mãe a criança terá sempre a mãe toda consigo. Ela sentirá sua presença e sua potência. Mas tudo o que ela pode fazer é comportar-se de modo conforme a demanda materna, para assegurar a circulação dos objetos que dela provém. A lei de estrutura materna cria e mantém o dilema entre dependência e independência. Ela gera a infantilização da qual se queixa em seus filhos, de modo permanente e ambíguo. Vê-se assim, que em termos psicanalíticos, a antiga expressão, “Estado Paternalista” devia ser substituída pela ideia mais precisa de um “Governo Maternalista”. 

A lei de estrutura paterna implica outra dialética. Esta supõe que a potência não reside em quem doa, mas no uso que se faz do que se recebe. Sua imagem representativa não é a da mãe com a criança, mas a dos pais de adolescentes que estão dispostos a conceder uma mesada, desde que seja “para fins pacíficos”. Seu dilema é entre heteronomia e autonomia. A lei paterna gera uma relação de tipo metafórico, no qual novos e inesperados sentidos são criados com aquilo que é objeto de circulação. De fato é esta a grande novidade do Fome Zero, pois não trata a fome como metonímia do ideal de segurança alimentar, mas como metáfora, que nem por isso seria menos real. Em outras palavras, quem decide o que é “fome” é o próprio sujeito: fome de futuro, de justiça, de luxo, de alimento, de educação. O sofrimento se vê assim indeterminado no ato que visa tratá-lo. Ao contrário do capricho materno, que sempre sabe demais do que o outro chora e precisa. Aqueles que reduzem o Fome Zero a uma equação de compra de votos, ainda estão pensando na governança materna. Não se deram conta de que agora a questão foi bem posta pelos Titãs: você tem fome de quê?

(*) Psicanalista, Professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Combater a violência contra mulher

Via Portal Nassif

A violência contra a mulher no mundo

Do Portal Luís Nassif
postado por José Luis Ribeiro
A preocupação com violência doméstica, onde a mulher é a vitima é uma preocupação constante de vários países. O interessante que o comportamento das vítimas e envolvidos são os mesmos: o silencio.
EUA:
CANADÁ:
FRANÇA:
EUROPA:
ALEMANHA:
ITÁLIA:
ITÁLIA:
PARA FINALIZAR:

sábado, 15 de outubro de 2011

Thalma de Freitas vai processar PMs por abuso de poder

Do Vi o mundo

Thalma de Freitas:

Thalma de Freitas: “Por que a loura revistada antes de mim não veio para cá?”

Thalma de Freitas vai processar PMs por abuso de poder
Ricardo Valota Agência Estado
A atriz e cantora Thalma de Freitas, de 37 anos, quer processar dois cabos do 23º Batalhão da Polícia Militar (PM) do Rio. Ela afirma que foi encaminhada, sem necessidade, para a Delegacia do Leblon (14ªDP), na zona sul da cidade, na noite de ontem, onde teria ficado durante quatro horas.
Thalma deixava a casa de uma amiga quando foi abordada pelos PMs na Avenida Niemeyer, próximo de um dos acessos ao Morro Chácara do Céu, na comunidade do Vidigal. A atriz afirma que tirou todos os objetos da bolsa e os colocou sobre o capô da viatura. Mesmo não encontrando nada, os dois policiais teriam dito que ela era suspeita e que seria levada para a delegacia para passar por uma revista, pois não havia policiais femininas na região naquele momento.
“Fiquei muito calma, na paz da minha inocência. A delegada não me obrigou, mas fiz questão de ser revistada pela policial feminina. Colaboro para o processo contra abuso de autoridade de policiais. O que houve é comum para muita gente, hoje falo por quem não tem voz”, protestou a atriz em sua página do Twitter”.
A atriz também ainda disse: “É a primeira vez que passo por essa humilhação. Não há outra coisa a fazer exceto processá-los por abuso de poder. Por que a loura que estava sendo revistada antes de mim não veio para cá? Será que artistas como eu e moradores do Vidigal, negros como eu, precisam passar por isso? Será que temos que ter medo da polícia? Porque estou aqui? Sou suspeita de quê? Gostaria que eles me explicassem”.
Já os policiais militares que abordaram Thalma disseram que o procedimento foi normal. “Não temos policiais militares femininas no batalhão, por isso a conduzimos à delegacia. Nós sabemos fazer abordagens e a área onde a encontramos é considerada de risco, por isso viemos até a delegacia para garantir a integridade física da atriz”, disse o cabo Menezes que junto com o PM Rodrigues são acusados de conduzi-la até a delegacia.
PS do Viomundo: Fazemos também nossa a pergunta da leitora Luci:  Será que para a abordagem os PMs do Rio de Janeiro usaram a cartilha feita pelos colegas do Distrito Federal?
Leia também: