sábado, 31 de julho de 2010

"ELE VAI DEIXAR SAUDADES"

Do Blog Escreva Lola Escreva

Republico este excelente texto da Prof. Lola. Ela expressa muito, mas muito mesmo, do que eu também sinto.



LULA E OS OUTROSPor Lola Aronovich

Adoro o Lula, de verdade. Ele vai deixar saudades.
Neste trecho de uma entrevista exclusiva que deu pra Record (via Vi o mundo), ele diz que não lê a Veja, que não precisa dela nem de outros meios de comunicação pra nada, que se dependesse deles ele teria 0% de popularidade hoje. E que Vejae similares têm o direito de falar o que quiserem, mas que ele também defende o direito de que ele possa falar o que quiser deles. Taí uma coisa que a mídia tradicional nãoadmite. Liberdade de expressão vale apenas pra ela. Não vale para o alvo da crítica. Qualquer crítica à mídia é interpretada como censura. Até direito de resposta é censura... Mas a Veja banir de suas páginas qualquer pensamento que fuja um tiquinho sequer da sua ideologia, aí não é censura. É “linha editorial”. E a revista ainda tem a cara de pau de se proclamar “plural”!
Se esse vai ser o mote da campanha do Serra, melhor entregar os pontos já, antes de gastar milhões de reais numa campanha que já nasce morta. Sério mesmo que eles esperam angariar votos com o discursinho fajuto de “Se a Dilma ganhar, o Brasil vai virar uma ditadura”? Primeiro que invocar países como Cuba e Venezuela não vale nada pro povão, que não se preocupa muito com política externa, e não vê o que Chavez e Fidel têm a ver com o nosso dia a dia (hum, eu também não vejo. Como a política deles afeta o Brasil é um mistério pra mim. Sei que serve pras pessoas se posicionarem no espectro ideológico, e só). Depois que não avisaram pros reaças que o PT já está no poder há quase oito anos. Se tivesse algum interesse em implantar uma ditadura, por que não o fez antes? Sem falar que é querer trocar as bolas inventar que o PT, um partido totalmente ligado com a luta pelo fim da ditadura e com as Diretas Já, seja autoritário. Fãs da democracia são os carinhas do DEM, né? Aqueles que ajudaram a implantar a ditadura militar e deram sustento a ela através da Arena... Sei.
Mas, voltando à entrevista do Lula, ele se emociona ao falar do empréstimo do BNDES aos catadores de papel. E eu aqui me emocionei também. Chorei baldes. Ok, praticamente qualquer choro perto de mim me provoca lágrimas, mas desta vez exagerei. O Lula é comovente. E é legítimo.
Pros cientistas políticos, Lula só pode estar fingindo quando chora, porque é impossível que um presidente se emocione com as conquistas de catadores de papel. Políticos são (ou devem ser) durões, sem coração, não humanos. Isso vai na linha de “político é tudo igual, nenhum presta”, que é obviamente um pensamento de direita (que defende o estado mínimo, ou seja, governo só pra manter a ordem e defender a propriedade de quem tem propriedade). Acho meio impossível ver a entrevista e pensar “Ah, Lula tá fingindo”, mas alguns reaças conseguem.
Lula tem aprovação de 85% porque vem fazendo um ótimo governo, causando melhoras visíveis no cotidiano do país. Mas sua carisma, seu afinco às origens, sua insistência em usar linguagem popular, também não atrapalham sua popularidade. E que se dane o cinismo da direita (cuja única paixão política é ser contra tudo que é de esquerda): é gostoso chorar com o presidente, sentir orgulho do que ele diz.
Ele vai deixar saudades. 

O GRANDE COMÍCIO EM CURITIBA: LULA, DILMA, TEMER, OSMAR, ROCHA LOURES, GLEISI, REQUIÃO, PESSUTI, PAULO BERNARDO, MÁRCIA LOPES, PADILHA, DUTRA...

Do blog do Fábio Campana


O comício de Lula 
na Boca Maldita

No comício de apoio à candidatura de Dilma Rousseff e dos candidatos da coligação “A União Faz a Força”, que reúne os partidos PDT, PMDB, PT, PR, PSC e PCdoB, a Boca Maldita, tradicional ponto de discussão política do Estado, está lotada. Milhares de pessoas acompanham o ato que reforça o compromisso do presidente Lula em eleger Dilma Rousseff e de pedir votos para Osmar Dias e Gleisi Hoffmann..
Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao Senado, está no palanque com o presidente Lula, a candidada Dilma Rousseff, o governador do Estado, Orlando Pessuti, o candidato ao Governo, Osmar Dias.
Discurso de Gleisi
A população vibrou com os discurso de Gleisi Hoffmann e Lula. Gleisi disse ser uma alegria poder participar do evento que conta com o apoio e o entusiasmo da população. “Eu quero ser senadora para defender a política econômica do presidente Lula, o homem que gerou 15 milhões de empregos e mudou a vida dos brasileiros”, afirmou.
Gleisi lembrou algumas das conquistas que Dilma trouxe ao Brasil enquanto ministra e destacou a competência da candidata para ser a sucessora de Lula.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

IBOPE: DILMA 5% À FRENTE DO CANDIDATO DEMO-TUCANO

VIA CONVERSA AFIADA

Globope dá bye bye ao Datafalha.
Dilma 39%, Serra 34%


Se o Globope dá Dilma 39% é porque os filhos do Roberto Marinho, que não tem nome próprio, vão chamar a Dilma Roussef para a cerimônia em que o Roberto Irineu Marinho receberá a Medalha de Comendador da Defesa (não se sabe de quê).

Vote aqui na trepidante enquente o que o Aécio vai fazer para ajudar o Serra. 

Saiu no Estadão:
Dilma lidera pesquisa Ibope com 39% contra 34% de Serra
Pesquisa contratada pelo ‘Estado’ e pela TV Globo dá vantagem à petista; Marina aparece com 7%
Jair Stangler, do Estadão.com.br

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, lidera a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo com 39% das intenções de voto. José Serra (PSDB) aparece com 34%. Marina Silva (PV) mantém 7%. José Maria Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Rui Costa Pimenta (PCO)e Zé Maria (PSTU). Brancos e nulos são 7% e indecisos somam 12%.

Em um eventual segundo turno, Dilma teria 46% dos votos e Serra, 40%. Nesse cenário, brancos e nulos somam 6% e indecisos, 8%. Serra tem a maior rejeição entre os presidenciáveis, com 24%. 19% dizem que não votariam na candidata Dilma e 13% dizem que não votariam em Marina.
(…)

Em tempo: o Montenegro do Globope dizia que o Lula não transfere. Como diz o Vasco, de provecta idade, o Jânio transferiu para o Carvalho Pinto e o Maluf pro Pitta. Esse Montenegro diz qualquer coisa.

LULA EM CAMPANHA EM PORTO ALEGRE

DO VI O MUNDO


Lula: Não fiquei no gabinete “lendo os jornais deles”

30 de Julho de 2010 – 9h00
A esquerda faz oposição, a direita dá golpes, afirma Lula
Porto Alegre (RS) recebeu o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff nesta quinta-feira (29) para o primeiro comício de 2010 na capital dos gaúchos. O comício lotou o ginásio Gigantinho, que tem capacidade para 15 mil pessoas. Lula cumpriu agenda durante o dia no estado e participou do emocionante encontro à noite.
Ao discursar, Lula saudou o candidato do PT Tarso Genro, à frente nas pesquisas na corrida pelo governo estadual, e comemorou a aliança política construída pelo ex-ministro no Rio Grande do Sul. “Tenho para mim que o PT começou a perder aqui porque se achou autossuficiente e se afastou do PCdoB e do PSB. Hoje eu estou aqui alegre de ver o PSB na chapa de Tarso como vice, de ver o PCdoB com Abgail candidata ao Senado junto com o Paim e estou feliz, mesmo não tendo uma decisão do PDT local, de ver o nosso querido Collares apoiando Tarso como se fosse um menino de 30 anos, apesar de já ter 56 anos de idade”, frisou Lula.
Lula ainda lembrou que, ao longo dos últimos sete anos, enfrentou a oposição diariamente. “Descobri no governo que a esquerda faz oposição, mas direita tenta dar golpes todos os dias, e resolvi que iria enfrentá-los com o povo, com os movimentos sociais, e não ficar no gabinete lendo os jornais deles”.
Antes de Lula, Dilma lembrou também que a oposição “tem duas caras”. “Hoje dizem defender o ProUni, mas foi o partido do vice da oposição que entrou contra nós no Supremo Tribunal Federal para derrubar o ProUni. São eles que até bem pouco tempo chamavam o Bolsa-Família de Bolsa-Esmola. São eles que quando estiveram no poder governaram para um terço da população”, lembrou a candidata.
Dilma destacou que o presidente tirou o Brasil da escuridão e transformou o país em uma grande nação. “É esse caminho que eu tenho a missão e a honra de dar continuidade e fazer avançar. Não posso errar. Eu vou honrar essa obra, porque eu sei que o presidente Lula coloca nas minhas mãos aquilo que ele mais ama, que é o nosso povo, o povo sofrido dele. Eu vou honrar essa herança e esse legado.”
A candidata comentou sua ligação com a capital gaúcha: “Sempre fico muito alegre de estar aqui em Porto Alegre. E dois sentimentos, entre os muitos que tomam conta de mim, falam muito forte. Um é a gratidão e o outro é a confiança. Porque hoje eu estou aqui e tenho, sim, esse sentimento de gratidão pelo povo do Rio Grande, que quando eu mais precisei me acolheu aqui, me deu apoio, me deu força pra seguir em frente”.
O palanque também reuniu o candidato ao governo Tarso Genro, os candidatos ao Senado Abigail Pereira (PCdoB) e Paulo Paim (PT) e os candidatos a deputado federal e estadual da Unidade Popular. “Estamos confiantes que vamos obter uma grande vitória, a vitória de um projeto político que pretende colocar o Rio Grande no mesmo nível de desenvolvimento que o governo Lula colocou o Brasil”, afirmou o ex-ministro Tarso Genro.
Já Abigail lembrou que “nunca antes na história desse estado se viu tamanha unidade, unidade em torno das nossas propostas”. O destaque também foi dado à presença do ex-governador Alceu Collares, lembrado por Paulo Paim e pelo ex-governador Olívio Dutra. Desde o início da campanha, Collares declarou apoio a Tarso, indo contra seu partido, que apoia o candidato José Fogaça.
Para Manuela d’Ávila, candidata a reeleição na vaga de deputada federal, o “Gigantinho lotado foi a demonstração clara de que o Rio Grande quer avançar, quer crescer, quer mais educação, mais desenvolvimento, mais emprego. Vamos ser vitoriosos aqui e no Brasil”.
De Porto Alegre,
Gustavo Alves

quinta-feira, 29 de julho de 2010

GLEISI SENADORA, PARA UNIR O PARANÁ!!!

Do Blog do Esmael Morais


Gleisi Hoffmann lidera pesquisa espontânea para o Senado

Gleisi lidera na espontânea.
Gleisi Hoffmann lidera pesquisa espontânea para o Senado
Pesquisa espontânea divulgada ontem (28) pelo Vox Populi/Band/IG, comprova que a candidata ao Senado pelo PT, Gleisi Hoffmann, é favorita entre os eleitores paranaenses.
Quando os entrevistados respondem em quem pretende votar sem ver a lista dos candidatos, 13% lembraram o nome de Gleisi. Roberto Requião (PMDB) teve 12% das intenções de voto, seguido por Gustavo Fruet (PSDB) e Ricardo Barros (PP), com 8% e 2%, respectivamente.
De acordo com o Vox Populi, se as eleições fossem hoje, os candidatos que compõem a coligação “A união faz um novo amanhã”, ocupariam as duas vagas ao Senado Federal. O resultado é baseado nos 39% obtidos por Requião e nos 33%, de Gleisi. Em terceiro lugar, aparece Barros, com 19% e Fruet, com 16%. Os votos de indecisos somam 50%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 20 de julho e protocolada no TSE com o número 19.928/10. O instituto entrevistou 800 eleitores. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PRECONCEITO EM AÇÃO... ATÉ QUANDO?

Do Tijolaço.com


As múltiplas faces do preconceito

Os sapatos de dona Maria José foram considerados inapropriados para o exame prático de merendeira
O preconceito contra o pobre se expressa de várias maneiras. Uma típica é aquele olhar de cima a baixo que as elites dirigem à gente mais simples como se os trajes revelassem o que uma pessoa verdadeiramente é. Uma veste mais modesta é ridicularizada e tachada pejorativamente de cafona como se houvesse alternativas de bom gosto a quem pouco tem para vestir.
Numa sociedade consumista, o ter ganha total relevância sobre o ser. A roupa certa, o comportamento padrão sufocam o talento e a autenticidade das pessoas. Essa ditadura leva a situações discriminatórias e absolutamente ridículas como a da mulher que foi proibida de fazer concurso para merendeira da prefeitura de Igaraçu do Tietê, em São Paulo, por causa do sapato simples que usava. A matéria está em O Globo.
O primeiro absurdo da história era o edital do concurso que exigia que os candidatos usassem sapato fechado e sem salto para a prova prática. O que tem a preparação da merenda das crianças  com o calçado usado por quem as prepara? E se a candidata não tivesse um calçado como o exigido? Seria eliminada mesmo capaz de fazer o trabalho com carinho e habilidade?
A prefeitura poderia exigir um determinado tipo de calçado e provê-los depois que as merendeiras fossem aprovadas. Exigir isso antes foi um processo discriminatório que só pode ter saído de uma cabeça distante da realidade do país e do próprio município.
Igaraçu do Tietê, a 281 km da capital paulista, aparecia em 2002 como um dos municípios mais carentes em riqueza e com indicadores de longevidade e escolaridade inferiores aos observados para a média do Estado, segundo o Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).
A candidata Maria José de Oliveira, que já tinha passado pela prova escrita, contou que só tinha aquele sapato e estava sem condições de comprar outro. Ela disse ter certeza de que poderia ter feito todas as receitas que eram pedidas e passar no concurso que oferecia salário de R$ 600.  Dona Maria José entrou na Justiça por danos morais.
O mais grave é que o advogado da empresa que organizou o concurso, a Triani Assessoria e Treinamento Educacional, reafirmou que a “vestimenta” não estava de acordo com o exigido no edital. A empresa diz em seu site ter longa experiência educacional e uma equipe pedagógica que a credenciou no mercado. Se a insensibilidade demonstrada no concurso for parte da pedagogia da Triani, coitados dos seus clientes.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O DISCURSO E AS AÇÕES DE UM GRANDE ESTADISTA

Do Tijolaço.com


Escravatura é dívida a ser paga com solidariedade



Posto aí abaixo um trecho da fala do Presidente Lula no programa Café com o Presidente, onde ele fala da sanção ao projeto do Estatuto da Igualdade Racial, um primeiro passo, ainda insuficiente, para resgatarmos nossa dívida com os brasileiros que descendem do povo africano e que, durante quase quatro séculos, sofreram aqui a dominação infamante da escravidão. Lula lembra algo interessante e poucas vezes refletido por nós: nossa dívida é também com aquele continente, que deu seus filhos para que parte de nossa riqueza fosse construída e que deve receber de nós – e de todos os outros países que se valeram do trabalho escravo – um pagamento que vai muito além de dinheiro, mas que implica solidariedade, cooperação e apoio.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

POPULAÇÃO ACREDITA NA VITÓRIA DE DILMA


Do Blog Amigos do Presidente Lula
41% apostam em vitória de Dilma, 30%, na de Serra

Embora o DataSerra diga que José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) estejam empatados na corrida presidencial, os eleitores apostam em uma vitória De Dilma sobre o tucano José Serra do que o contrário.

Para 41% dos eleitores, a vencedora da disputa será Dilma, contra 30% que acreditam em uma vitória de Serra. Realizada do dia 20 ao dia 23 em todo o país, a pesquisa apontou o tucano com 37% das intenções de voto, e a petista, com 36%.

Há ainda 2% dos eleitores que apostam em uma vitória de Marina Silva (PV), e 26% não sabem quem sairá eleito. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O Datafolha também monitorou o grau de convicção dos entrevistados com relação ao voto. Os eleitores de Dilma se dizem mais decididos do que os de Serra.

No caso da petista, 78% dos que a apoiam dizem estar "totalmente decididos" -mesmo índice da pesquisa anterior-, contra 19% que admitem mudar de candidato -eram 20%.
O eleitorado de Serra se declara menos convicto: 30% afirmam que podem mudar de voto -eram 28%-, enquanto 67% dizem estar "totalmente decididos" -contra 70% auferidos no levantamento anterior.

Os eleitores de Marina são os menos decididos: 38% admitem mudar de voto, enquanto 58% estão convictos.

Para o total da pesquisa, 69% dizem já ter escolhido o candidato com convicção, ao passo que 27% admitem ainda poder mudar de ideia.

Os homens (74%) se dizem mais decididos em relação ao voto do que as mulheres (64%), e os eleitores mais jovens (39% dos que têm de 16 a 24 anos) são os que mais admitem mudar de voto -os mais velhos são os que menos admitem essa possibilidade (16% entre os que têm 60 anos ou mais).

APROVAÇÃO DE LULA
Serra continua recebendo votos de um terço dos eleitores que avaliam o governo Lula como ótimo ou bom: são 32%, contra 34% na pesquisa anterior -o patamar se mantém estável desde março.

Dilma recebe o voto de 43% dessa fatia do eleitorado, e Marina, de 10%.Dos 19% que avaliam o governo Lula como regular, mais da metade (54%) vota no tucano. Entre os 4% para os quais a gestão presidencial é ruim ou péssima, a maioria (58%) vota em Serra.Da Folha a mesma da DataFraude

domingo, 25 de julho de 2010

O direito de ver respeitadas sua dignidade e integridade física

Via Blog do Favre


Tapa de amor também dói

Como os adultos, as crianças têm o direito de ver respeitadas sua dignidade e integridade física e esse respeito precisa estar traduzido em lei. Não há desculpa para a ‘palmada’ ou a ‘palmadinha’

Paulo Sérgio Pinheiro* – O Estado SP

Faz séculos que as crianças mundo afora sofrem com o castigo corporal ou físico, aquele que recorre à força e inflige certo grau de dor, mesmo leve. Na maioria dos casos, trata-se de bater nas crianças (palmadas, bofetadas, surras) com a mão ou com objetos como chicote, vara, cinturão, sapato e colher de madeira. Mas pode consistir também em dar pontapés, empurrões, arranhá-las, mordê-las, obrigá-las a ficar em posturas incômodas, produzir queimaduras, obrigar a ingerir água fervendo, alimentos picantes ou a lavar a boca com sabão. Além desses há outros castigos que não são físicos, mas igualmente cruéis e degradantes, castigos em que se menospreza, se humilha, se denigre, se ameaça, se assusta ou se ridiculariza a criança.
Agora que a escala e a dimensão dessas práticas de violência aqui descritas se tornaram mais visíveis, e conhecidas suas consequências sociais, emocionais e cognitivas devastadoras para o desenvolvimento da criança e para seu comportamento como adulto, como acelerar o processo de sua eliminação? Políticos e organizações da sociedade civil e religiosas precisam rejeitar claramente a violência contra a criança. Governos devem revelar através de pesquisas o verdadeiro nível de violência contra a criança e combatê-la.
Felizmente, a luta contra as formas mais severas (e criminosas), como violência sexual, tráfico de crianças e prostituição infantil já conta com um consenso que as condena. Mas a violência sistemática nos lares , nas escolas, nas instituições continua velada e disfarçada. Mesmo que as coisas sem dúvida comecem a mudar, como demonstra o projeto de lei apresentado pelo governo brasileiro proibindo o castigo corporal, continua a haver uma atitude ambígua em relação à violência contra as crianças em todos os países.
Pelas reações iradas em entrevistas e blogs na última semana, vários pais dizendo que iriam continuar a bater em seus filhos mesmo com a lei, especialistas palpiteiros proferindo que uma “palmadinha em bebês é útil”, dei-me conta de que a proibição a toda espécie de castigo corporal das crianças causa ainda enorme controvérsia. No entanto , as crianças têm exatamente o mesmo direito de ver respeitadas sua dignidade humana e sua integridade física como os adultos, e esse respeito precisa estar traduzido em lei. Não pode haver desculpa para a “palmada” ou a “palmadinha” (termos doces para que os adultos se sintam mais confortáveis). Frequentemente políticos e profissionais trivializam essa questão. Mas assim fazendo eles insultam as crianças e dão carta branca para os adultos as agredirem e torturarem. As mulheres, na sua gloriosa luta pela igualdade, fizeram do enfrentamento da violência doméstica nas suas casas um componente vital de seu combate. Hoje em dia nenhum marido ou macho ousaria defender “tapas” nas suas mulheres ou companheiras.
Claro que somente a lei não vai terminar com a violência contra a criança. É um passo necessário, mas insuficiente. A reforma legal precisa ser precedida e acompanhada por intensa promoção de práticas de relações positivas com as crianças. Para tanto, já há um enorme conjunto de orientações e práticas de “disciplina positiva” que tenta entender o que as crianças pensam e sentem, definindo objetivos no longo prazo da educação e buscando resolver problemas nas relações entre pais e crianças. Aprender a ser tolerante e não autoritário: por mais irritante que seja, crianças tendem a repetir comportamentos que foram proibidos. Isso é normal e não deve ser tomado como “lesa majestade” ao pátrio poder. Não adianta sair proferindo castigos idiotas como imobilizar crianças num quarto escuro. Melhor se esforçar por estabelecer limites. Mas não adianta berrar contra as crianças, o que fará com que concentrem sua atenção mais na raiva que nos limites. Mas sobretudo não bater nas crianças. No final os pais estarão ensinando aos filhos que baixar o cacete resolve um conflito.
Mas pais e mães não podem ser totalmente culpados por desconhecerem essas alternativas. Há enorme responsabilidade dos governos em criar estruturas de formação dos pais, ajudando-os a superar a violência contra seus filhos. As raízes da violência nas crianças e nos futuros adultos está na violência sistemática dos adultos contra eles. Logo, é do maior interesse dos governos e de toda a sociedade que essa violência contra as crianças autorizada por lei seja eliminada. A combinação de investimento em prevenção, como educação dos pais e professores, mecanismos para ouvir as vítimas e as crianças e legislação é a forma mais efetiva para reduzir e eliminar a violência contra a criança. Nenhuma violência contra a criança pode continuar a ser justificada e disfarçada como amor, educação, disciplina.
PAULO SÉRGIO PINHEIRO É COMISSIONADO E RELATOR DA CRIANÇA DA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS DA OEA

ENTREVISTA DO MAIOR PRESIDENTE DA HISTÓRIA DO BRASIL

Via blog Terror do Nordeste


Lula:eu sinto muito orgulho de ser nordestino e pernambucano


Em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz um pequeno balanço de seu mandato e revela que, à partir de 1º de janeiro de 2011, pretende passar boa parte de seu tempo empunhando bandeiras básicas para o país, entre elas, a reforma política.

"Pretendo continuar a contribuir na política brasileira, não me metendo em questões do dia a dia, mas levantando bandeiras fundamentais para o Brasil, a começar pela reforma política". Lula rebateu as críticas de que teria privilegiado o Nordeste no que diz respeito a investimentos federais em seus quase oito anos de mandato. Para ele, o volume de obras e empreendimentos direcionados à região pelo governo federal é o pagamento de uma antiga dívida que beneficia outras regiões do país que enfrentam problemas advindos do adensamento humano e a concentração econômica. "Nós simplesmente estamos resgatando uma dívida antiga", referindo-se à falta de iniciativas semelhantes de seus predecessores. O presidente também afirmou que a descoberta de petróleo na camada do pré-sal não vai desestimular os investimentos na produção de biodiesel anunciada como uma espécie de resgate social e econômico para estados nordestinos. "O biodiesel jamais ficaria em segundo plano", prometeu, com a condicionante de que seu sucessor encare o assunto sob o mesmo prisma de importância.

Por último, Lula reforça o entendimento do governo sobre a inclusão digital, aliás, motivo de sua visita a Caetés. "A inclusão digital não é um luxo ou um supérfluo. É fundamental para a igualdade de oportunidades e a construção de um Brasil mais justo".

Veja seguir os principais pontos da entrevista de Lula ao Diario.

Transposição, Transnordestina e Refinaria Abreu e Lima. Qual desses projetos do PAC que não vão ficar prontos até o fim de 2010, ao contrário do previsto, o senhor mais lamenta não poder inaugurar e por quê?

Não é verdade que as três obras estavam previstas para 2010. A Refinaria Abreu e Lima estava inicialmente planejada para 2011. E quanto à integração das bacias do São Francisco, o Eixo Leste, que estava previsto para 2010, tem 49% das obras realizadas e será entregue no prazo. No Eixo Norte, já estão realizadas 37% das obras e a conclusão está prevista para 2012. São três obras extraordinárias, que vão transformar completamente a realidade econômica e social do Nordeste. Eu gostaria muito de inaugurar as três, não por vaidade pessoal, e sim para beneficiar o quanto antes possível a população da região, que já estava cansada de esperar por estes empreendimentos. No entanto, o mais importante é que as obras tiveram início e estão avançando. Pra se ter uma idéia, a primeira proposta de fazer a transposição do São Francisco é de 1847. De lá para cá, ou seja, durante mais de 150 anos, esporadicamente os governos voltavam ao assunto elaborando estudos e projetos, mas não saía disso, ficava tudo no papel. Só em nosso governo as obras tiveram início de fato e isso é o mais importante. Como diz um provérbio chinês, "uma caminhada de mil léguas começa com o primeiro passo". Além da integração das bacias, estamos promovendo a revitalização ambiental dos rios e implementando o Água para Todos, para o suprimento de 593 localidades. Quanto à Ferrovia Transnordestina, a proposta é também do tempo de D. Pedro II e só agora ganha efetividade. São 1.728 km de construção e 550 km de remodelação. A Ferrovia vai ligar o porto de Suape, em Pernambuco, à cidade de Eliseu Martins, no Piauí, e ao porto de Pecém, no Ceará. Estão em obra no momento trechos que somam 1.362 km e a conclusão está prevista para 2012. A Refinaria Abreu e Lima, planejada para processar 230 mil barris de petróleo por dia, está com obras em andamento e com 20%já realizadas. Pelo planejamento, a conclusão será em 2013. Se nós fôssemos pensar em realizar apenas obras que terminassem em nosso período de governo, não daríamos início a nenhuma grande obra, a nenhuma obra estruturante. Boa parte será inaugurada no próximo governo, mas o mais importante é que toda a população nordestina será beneficiada e terá todas as condições para superar o atraso em várias áreas e ingressar num período duradouro de prosperidade. Aliás, a população já está sendo beneficiada, com a geração de milhares de empregos e com a forte ativação da economia. O Nordeste vive hoje talvez o melhor momento da sua história. E vai melhorar ainda mais.

O senhor acredita que o próximo presidente, independentemente de quem seja, vai continuar sua política de atenção para com o Nordeste, descentralizando investimentos? Ou essa é uma característica muito própria do seu governo, já que o senhor é nordestino?
Eu sinto muito orgulho de ser nordestino e pernambucano e tenho pela região um sentimento de carinho que guardo no lado esquerdo do peito. É uma coisa minha, pessoal. Mas, como presidente, preciso olhar para o Brasil como um todo. Se tenho investido fortemente no Nordeste, não é por ter nascido aqui, e sim porque o Nordeste é uma das regiões que sempre estiveram esquecidas pelos governantes. Essa é a razão dos investimentos pesados que estamos fazendo. Somando-se os empreendimentos exclusivos em cada estado do Nordeste, constantes do PAC, são R$ 101,1 bilhões de 2007 a 2010. Fora os empreendimentos de caráter regional, a exemplo da Transnordestina e do Projeto de Integração de Bacias, mais conhecido como Transposição do São Francisco. Com um volume inédito de obras e empreendimentos direcionados ao Nordeste fica a impressão de que estamos privilegiando a região. Não, nós simplesmente estamos resgatando uma dívida antiga, conferindo ao Nordeste a mesma importância que antes era conferida apenas às regiões do centro-sul do país. Precisamos promover um crescimento harmônico e sustentável do país. Chega decrescer de maneira torta. Governos anteriores só investiam em infraestrutura onde havia uma forte atividade econômica e os empresários só investiam onde havia boa infraestrutura, criando um círculo vicioso, concentrando empreendimentos, pessoas e problemas de todos os tipos em poucas regiões metropolitanas. Os investimentos que fazemos no Nordeste e outras regiões antes esquecidas, será benéfica inclusive para as regiões que sofreram inchamento, como São Paulo. Haverá desconcentração, maior equilíbrio e desenvolvimento harmônico em todo o país.

Com a descoberta de petróleo na camada pré-sal, a produção de biodiesel no Nordeste, tão importante para o desenvolvimento da população de baixa renda e anunciado com pompa ainda no seu primeiro mandato, ficou em segundo plano?

No setor de energia, nós consideramos que o mais importante é contar com uma matriz diversificada, é ter a possibilidade de, havendo a necessidade, poder substituir rapidamente uma fonte de energia por outra. E nós já somos, seguramente, opaís de matriz energética mais diversificada do planeta. Já atingimos a autossuficiência e ainda estamos nos capacitando a integrar o grupo dos grandes exportadores. E o mais importante é que dentro da nossa matriz energética, 46% são provenientes de fontes renováveis - biodiesel, etanol, carvão vegetal, eólica (que aproveita a força dos ventos), hidreletricidade, etc. No resto do mundo, essa porcentagem é de apenas cerca de 14%. Por todas essas razões, e também por seu conteúdo social, o biodiesel jamais ficaria em segundo plano. Tanto que nós estamos aumentando ano a ano a porcentagem obrigatória de biodiesel no diesel mineral. De 2005 a 2007, era facultativa a mistura de 2% de biodiesel. A partir de janeiro de 2008, essa porcentagem de mistura passou a ser obrigatória. Ainda em 2008, aumentamos a adição para 3% e, em 2009, para 4%. A mistura obrigatória de 5% estava prevista somente para 2013, mas nós antecipamos para este ano, o que representa, apenas para a mistura, uma demanda anual de 2,3 bilhões de litros. A capacidade instalada das usinas está em 4 bilhões de litros anuais de biodiesel. E o que mais me deixa feliz é constatar que 93% são produzidos por empresas que utilizam o Selo Combustível Social. Este Selo dá direito a benefícios tributários e é fornecido às usinas que adquirem uma porcentagem mínima de matéria-prima dos agricultores familiares. São milhares de agricultores que hoje têm como principal fonte de renda o fornecimento de matéria-prima às usinas. Em termos de volume, o Brasil se orgulha hoje de ser o terceiro maior mercado mundial de biodiesel, mesmo tendo entrado há muito pouco tempo no setor.

Qual o projeto político do senhor para quando deixar a Presidência? O senhor cogita a possibilidade de se consolidar como um estadista global?
Já ouvi algumas sugestões nesse sentido, a imprensa, inclusive internacional, tem feito especulações a respeito, mas eu, sinceramente, não trabalho com essa perspectiva. Fico lisonjeado com a lembrança do meu nome, mas estou convencido de que o cargo de secretário-geral da ONU deve ser ocupado por funcionários internacionais, por membros da burocracia que estejam familiarizados com organizações multilaterais. Não nego que pretendo ter atuação internacional. Penso muito em contribuir para amenizar a situação de precariedade e de fome em que vivem populações de vários países da África e da América Latina. Como presidente do Brasil, acho que acumulei uma boa experiência, que poderá ser transmitida para desenvolver projetos em outros países. Temos no Brasil instituições de excelência como a Embrapa, com a qual pretendo trabalhar. As técnicas agrícolas desenvolvidas pela empresa, o aprimoramento de variedades adaptáveis aos mais diferentes tipos de solo e de clima, poderão ser levadas a esses países e dar uma contribuição decisiva para diminuir ou eliminar a fome e o sofrimento de milhões de seres humanos. Além disso, pretendo continuar a contribuir na política brasileira, não me metendo em questões do dia a dia, mas levantando bandeiras fundamentais parao Brasil, a começar pela reforma política.

O senhor acabou de lançar o programa Um Computador por Aluno, em Caetés, mas como o senhor avalia a política de inclusão digital no seu governo e quais foram as dificuldades encontradas? Na sua opinião, o que o próximo presidente terá que fazer para avançar nesta área?
No início do meu primeiro mandato, nós fizemos um levantamento e descobrimos que estávamos bastante atrasados em relação a outros países quanto ao uso do computador e da internet. Começamos a dialogar com diversos especialistas e com representantes da área, surgindo daí várias iniciativas como, por exemplo, o programa Computador para Todos, com linhas de financiamento que facilitam o acesso a computadores domésticos. Pouca gente acreditou na sua eficácia, mas passado pouco tempo, os resultados começaram a aparecer. Em 2004, foram 4 milhões de computadores montados no Brasil e agora, em 2010, estamos atingindo a marca de 12 milhões. Além da inclusão, estamos fomentando a indústria montadora de computadores. Segundo dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil, 30% dos lares brasileiros já contam com esses equipamentos. Estamos investindo também num programa inovador que é o Um Computador por Aluno (UCA), projeto pedagógico de uso dessa tecnologia em sala de aula. Até o final deste ano vamos completar a entrega de 150 mil laptops para 300 escolas, na segunda fase do projeto piloto. Já estamos apoiando 5 mil Telecentros e até o final deste ano estaremos apoiando outros 5 mil. São núcleos de inclusão digital localizados sobretudo em locais remotos, onde o acesso à internet é mais difícil. Nós fornecemos equipamentos de informática, conexão à internet e bolsas para jovens monitores. As dificuldades são muitas, mas estamos conseguindo superar todas elas. Um dos principais problemas é a falta de Banda Larga em boa parte das regiões. Para resolver o problema, começamos a trabalhar desde o ano passado na implementação do Plano Nacional de Banda Larga. Queremos que a Telebrás, que nós reativamos, e as operadorasde telecomunicações participem dessa proposta, que é levar banda larga para todos e ajudar a construir o país do futuro. Quanto ao próximo governo, espero que dê continuidade aos programas já iniciados. Não se trata de completar a tarefa, mas de avançar, sabendo que nesta área estarão surgindo sempre novos e estimulantes desafios. A inclusão digital não é um luxo ou um supérfluo. É fundamental para a igualdade de oportunidades e a construção de um Brasil mais justo.