segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Hora de reciclar

DO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA


ESTILO DILMA ROUSSEF
O fim do jornalismo fácil
Por Alberto Dines em 31/1/2011
Comentário para o programa radiofônico do OI, 31/1/2011
A mídia ainda não conseguiu ajustar-se ao estilo de Dilma Rousseff, que terça-feira (1/2) completa o primeiro mês do seu mandato. Na verdade, a mídia não conseguiu desencarnar do estilo, rotinas e parâmetros estabelecidos pelo antecessor.
Com Lula na presidência era fácil fazer jornalismo, ou pelo menos o tipo de jornalismo mais tosco, declaratório: bastava acompanhar os seus pronunciamentos quase diários, ouvir os descontentes e dali saía obrigatoriamente a manchete do dia seguinte.
Dilma Rousseff enfrentou o maior desastre já ocorrido no país enquanto administrava o habitual assalto do PMDB a cargos e verbas em troca de apoio e, nos intervalos entre os paroxismos, está oferecendo indícios de um tipo de atuação em clave baixa, com simbologias sutis, porém nítidas, que uma mídia destreinada ainda não está sabendo identificar. Nem analisar.

Hora de reciclar
O adiamento da escolha dos caças da FAB não foi uma evasiva, foi uma decisão clara diante das pressões das centrais sindicais por um aumento do salário mínimo acima do previsto no orçamento da União. Para ela, o equilíbrio fiscal é prioritário, a gastança precisa ser contida, porque a alternativa é uma inflação desembestada. Para acalmar os militares, escolhe a Argentina como destino da primeira viagem ao exterior para acertar uma parceria na área nuclear.
Na terceira saída de Brasília (depois da visita à região serrana do Rio devastada pelas chuvas e da homenagem ao ex-vice José Alencar, no dia da sua fundação de São Paulo), a presidente foi a Porto Alegre para participar de uma discreta cerimônia para lembrar as vítimas do Holocausto: acendeu velas e fez um pequeno discurso contra ditaduras e em favor dos direitos humanos.
A grande mídia comeu mosca, mal registrou o evento, mas a mídia internacional soube perceber a mensagem subliminar embutida no gesto – um tranco no tiranete iraniano Mahmoud Ahmadinejad, campeão mundial em negar o Holocausto.
Os porteiros das redações e os formadores de opinião carecem de uma reciclagem urgente. Se ficarem à espera de grandes proclamações no velho estilo Lula vão morrer de tédio.

Duas Presidentas: Cristina recebe Dilma em Buenos Aires

Do Site da Casa Rosada

domingo, 30 de janeiro de 2011

Vida e Dignidade: “Redução de favelas no Rio é do tamanho de 47 Maracanãs.”

DO CONVERSA AFIADA

Reassentamento e Minha Casa
diminuem favelas do Rio. Que horror !



      Minha casa, Minha vida! Vida e dignidade!   



Saiu na primeira página do Globo:

“Redução de favelas no Rio é do tamanho de 47 Maracanãs.”

“Em dois anos, foram feitos mais de seis mil reassentamentos na cidade.”

Segundo o prefeito Eduardo Paes, o fato é inédito e seria uma consequência direta da política de reassentamento de famílias que moram em área de risco.

Desde 2009, 6.800 famílias de 80 comunidades foram retiradas de áreas de risco.

Dessas, 3.100 famílias foram morar em casas construídas no programa Minha Casa Minha Vida.
                 NAVALHA                        
No Morro da Providência, onde se instalou a primeira favela do Rio, o programa “Morar Carioca” deslocou famílias de áreas de risco, reurbanizou e vai criar um teleférico para ligar o alto do morro à Central do do Brasil.
Depois de tentar transferir para Madrid a Olimpíada do Rio, com a queda de um helicóptero da Policia, a tarefa que o PiG (*) a seguir se impôs foi disseminar a senha “nada vai dar certo”.
Ou seja, demonstrar que tudo o que fosse feito para evitar novas tragédias domo a Região Serrana não ia dar certo.
Como se sabe, para o PiG, a culpa da tragédia do Rio é do Lula, e da Dilma e do Cabral.
Em São Paulo, a culpa é de Deus, segundo Encíclica que emanou do próprio Papa.
Como se sabe, o Papa vota em São Paulo.

Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Luciano Huck e Angélica capa da (não)Veja

Do Blog Liberdade Aqui!

Angélica e Luciano Huck formam o casal celebridade perfeito (?)

Posted by Prof. Leandro
Capa da Veja desta semana:
Revista da Semana
A reinvenção do bom-mocismo Angélica e Huck formam o casal celebridade perfeito para um mundo politicamente correto.
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Durante os dias que sucederam à tragédia na Zona Serrana no Rio de Janeiro circulou a notícia a seguir.
O compadrio na velha imprensa se matém firme e forte?
Leia e tire suas conclusões.

A exploração da tragédia: o caso Huck

Enviado por luisnassif, dom, 16/01/2011 – 10:08
Por O Escritor
A marota forma de ajuda de Luciano Huck

Sinceramente, não sei o que pensar sobre isso. Peço ajuda.
Luciano Huck é sócio do Peixe Urbano, um site de compras coletivas. Em dezembro último, o apresentador da Globo usou o Twitter para tentar bater o recorde de vendas de cupons no site:
“O apresentador Luciano Huck – agora sócio do site de compras coletivas Peixe Urbano – usou pela primeira vez o Twitter para impulsionar a venda de cupons de desconto – e quase conseguiu o que queria: superar o recorde de vendas do site.” 
Ontem, ele postou esta mensagem no Twitter:
Luciano Huck
“Quer ajudar, e muito, as vítimas da serra carioca [sic]. Via @PeixeUrbano, vc compra um cupom e a doação esta feita. http://pes.ca/gZ2Ibb
A compra dos cupons, segundo o site, reverterá em benefício de duas ONGs que estão ajudando as vítimas das enchentes. Parece bonito, mas não é.
Primeiro, é necessário ir ao site do negócio de Luciano.
Depois, é preciso se cadastrar no site. E então comprar um ou mais cupons de R$10,00.
Ganha Luciano porque divulga o seu negócio (mais de 7.000 RTs até agora), cadastra milhares de novos usuários em todo o Brasil, familiariza esses usuários com os procedimentos do site, incentiva o retorno e aumenta absurdamente o número de cupons vendidos – alavancando o Peixe Urbano comercial, financeira e mercadologicamente. Além do ganho de imagem por estar fazendo um serviço público (li vários elogios nos RTs).
Sabe-se lá como será contabilizado ou fiscalizado o total recebido como doação e repassado para as duas organizações parceiras. O usuário não tem nem terá acesso a esses dados internos.
Supondo que todo o montante arrecadado chegue às vítimas, se for mesmo o que estou entendendo, trata-se da mais sórdida exploração da desgraça alheia que já presenciei em toda a minha vida.
As pessoas que estão doando seu dinheiro, seus produtos, seu tempo, suas habilidades e sua atenção aos desabrigados e às vítimas não estão pedindo nada por isso, não estão ganhando nada com seu gesto de solidariedade, não estão usando essa tragédia para obter nenhuma forma de lucro pessoal. Fazem o bem porque são humanas, ficaram chocadas com as imagens e as informações, se sensibilizaram com o sofrimento alheio. Ajudam por solidariedade, empatia e até por desespero.
E a maioria delas não tem quase nada na vida, em comparação com o apresentador da Globo.
De todas as iniciativas já divulgadas até o momento, só a de Luciano Huck visa primeiramente ao lucro pessoal, para depois, secundariamente, resultar numa ajuda social.
Quando um tsunami matou 200 mil pessoas no sudeste da Ásia, em 2004, recebi um e-mail de um escritor inglês pouco conhecido, no qual se fazia a oferta: “Compre um dos meus livros, e eu doarei 30% do valor para as vítimas da tragédia”. Saí da lista do explorador barato na hora, mas a favor dele contava o número reduzido de destinatários da mensagem.
Luciano Huck tem 2.600.000 seguidores no Twitter: é este o público-alvo do seu apelo interesseiro. Pode não bater o recorde de cupons, desta vez, mas temo que tenha batido o recorde da safadeza. Aceito argumentos que me provem o equívoco dessa suspeita.
Depois dos R$24 milhões entregues pelo Estado à Fundação Roberto Marinho, dinheiro originalmente destinado à contenção de encostas e às obras de drenagem, mais esta. Turma da Globo, vocês pensam que estão apenas lucrando com as águas, mas na verdade podem estar brincando com fogo.

sábado, 29 de janeiro de 2011

As lógicas diferentes.

Do Adital.org
‘É dando que se recebe?’
Leonardo Boff

Teólogo, filósofo e escritor
Adital
Estamos em tempos de montagem de governos. Há disputas por cargos e funções por parte de partidos e de políticos. Ocorrem sempre negociações, carregadas de interesses e de muita vaidade. Neste contexto, se ouve citar um tópico da inspiradora oração de São Francisco pela paz "é dando que se recebe” para justificar a permuta de favores e de apoios onde também rola muito dinheiro. É uma manipulação torpe do espírito generoso e desinteressado de São Francisco. Mas desprezemos estes desvios e vejamos seu sentido verdadeiro.

Há duas economias: a dos bens materiais e a dos bens espirituais. Elas seguem lógicas diferentes. Na economia dos bens materiais, quanto mais você dá bens, roupas, casas, terras e dinheiro, menos você tem. Se alguém dá sem prudência e esbanja perdulariamente acaba na pobreza.

Na economia dos bens espirituais, ao contrario, quanto mais dá, mais recebe, quanto mais entrega, mais tem. Quer dizer, quanto mais dá amor, dedicação e acolhida (bens espirituais) mais ganha como pessoa e mais sobe no conceito dos outros. Os bens espirituais são como o amor: ao se dividirem, se multiplicam. Ou como o fogo: ao se espalharem, aumentam.

Compreendemos este paradoxo se atentarmos para a estrutura de base do ser humano. Ele é um ser de relações ilimitadas. Quanto mais se relaciona, vale dizer, sai de si em direção do outro, do diferente, da natureza e até de Deus, quer dizer, quanto mais dá acolhida e amor mais se enriquece, mais se orna de valores, mais cresce e irradia como pessoa.

Portanto, é "dando que se recebe”. Muitas vezes se recebe muito mais do que se dá. Não é esta a experiência atestada por tantos e tantas que dão tempo, dedicação e bens na ajuda aos flagelados da hecatombe socioambiental ocorrida nas cidades serranas do Rio de Janeiro, no triste mês de fevereiro, quando centenas morreram e milhares ficaram desabrigados? Este "dar” desinteressado produz um efeito espiritual espantoso que é sentir-se mais humanizado e enriquecido. Torna-se gente de bem, tão necessária hoje.

Quando alguém de posses dá de seus bens materiais dentro da lógica da economia dos bens espirituais para apoiar aos que tudo perderam e ajudá-los a refazer a vida e a casa, experimenta a satisfação interior de estar junto de quem precisa e pode testemunhar o que São Paulo dizia: "maior felicidade é dar que receber” (At 20,35). Esse que não é pobre se sente espiritualmente rico.

Vigora, portanto, uma circulação entre o dar e o receber, uma verdadeira reciprocidade. Ela representa, num sentido maior, a própria lógica do universo como não se cansam de enfatizar biólogos e astrofísicos. Tudo, galáxias, estrelas, planetas, seres inorgânicos e orgânicos, até as partículas elementares, tudo se estrutura numa rede intrincadíssima de inter-retro-relações de todos com todos. Todos co-existem, interexistem, se ajudam mutuamente, dão e recebem reciprocamente o que precisam para existir e co-evoluir dentro de um sutil equilíbrio dinâmico.

Nosso drama é que não aprendemos nada da natureza. Tiramos tudo da Terra e não lhe devolvemos nada nem tempo para descansar e se regenerar. Só recebemos e nada damos. Esta falta de reciprocidade levou a Terra ao desequilíbrio atual.

Portanto, urge incorporar, de forma vigorosa, a economia dos bens espirituais à economia dos bens materiais. Só assim restabeleceremos a reciprocidade do dar e do receber. Haveria menos opulência nas mãos de poucos e os muitos pobres sairiam da carência e poderiam sentar-se à mesa comendo e bebendo do fruto de seu trabalho. Tem mais sentido partilhar do que acumular, reforçar o bem viver de todos do que buscar avaramente o bem particular. Que levamos da Terra? Apenas bens do capital espiritual. O capital material fica para trás.

O importante mesmo é dar, dar e mais uma vez dar. Só assim se recebe. E se comprova a verdade franciscana segundo a qual ”é dando que recebe” ininterruptamente amor, reconhecimento e perdão. Fora disso, tudo é negócio e feira de vaidades.

[Autor de A oração de São Francisco, Vozes 2010].

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Chico Xavier: um feliz acerto

Do Direto da Redação

Globo acertou com Chico Xavier


Nelson Xavier vive Chico Xavier 

Por: Leila Cordeiro


Está difícil assistir a televisão brasileira à noite.  No noticiário, o destaque é para a crescente violência no mundo, com crimes e atentados de resultados dolorosos, e para as grandes tragédias causadas pelo desrespeito do ser humano à natureza. Quando ficamos livres dos noticiários, eis que a telinha é ocupada pela canastrice dos galãs e mocinhas das telenovelas e, agora vem o pior, pelas “celebridades” do tal BBB.   E isso falando apenas da líder de audiência, porque sobre as demais não dá nem para comentar, tão ruim é a qualiadade de suas produções.

No meio desse desastre de mau gosto, ou depois dele,  a Globo acertou em cheio  ao transformar o filme  “Chico Xavier”  numa microssérie de quatro capítulos.

Para quem não viu o filme, e até para quem já o viu, é sem dúvida um oásis, um alívio poder assistir personagens tão bem construídos e representados.  O primeiro capitulo, exibido nesta terça-feira, merece ser comentado pelos momentos de emoção e beleza que foram oferecidos ao telespectador.

O ator mirim, Matheus Costa,  que representa Chico Xavier na infância passou o recado na medida certa. Entre assustado e humilde, Matheus emociona mostrando a luta do menino pobre com poderes especiais de ver além da vida, o que na época, no interior do Brasil, era visto como “coisa do demônio”.

A doçura maternal tão bem representada por Letícia Sabatella, que faz a mãe morta de Chico, a quem ele vê e conversa,  contrasta com as maldades da “madrinha” Giulia Gam,  que espeta o pequeno Chico com o garfo cada vez que ele diz ter conversado com algum desencarnado.

Enfim, são momentos especiais que falam de um homem especial. Nelson Xavier, não podia ter encarnado melhor o papel de Chico Xavier em sua fase adulta (foto). Ele é a cara do maior médium brasileiro. O cabelo, que na verdade era uma peruca, já que Chico ficou careca muito cedo, emoldurou o rosto do ator como o do mestre espírita.

A voz, ele conseguiu enfraquecer na medida certa, principalmente na hora do encontro com Laura Cardoso, que fazendo o papel dela mesma se emocionou ao encontrar pessoalmente Chico. A cena revela toda a humildade que vai no coração de Chico:

- Eu queria que você me abençoasse, disse ela.
- Quem sou eu, respondeu o médium, me dê aqui um abraço.

Ela tenta então beijar a mão de Chico, mas ele não permite e para a surpresa da atriz, ele é que beija a mão dela.

É por essas e por  outras  que recomendo fortemente que não deixem de assistir aos três capítulos finais, de hoje até sexta-feira, da adaptação para a TV do filme sobre a vida de Chico Xavier.  Vale dizer que o diretor Daniel Filho acrescentou  cenas originais gravadas durante a filmagem e não aproveitadas na edição do filme.
Assistir a tão bons e refrescantes momentos que mostram alguém que só distribuiu amor, retratados num programa de TV nos faz pensar porque não podemos assistir a mais e mais produções assim. De alto nível, que passem mensagens positivas de superação e fé. Porque as emissoras de TV não adotam sempre histórias como a de Chico, sem necessariamente ser da mesma doutrina, mas que nos levem a pensar e repensar na vida e no que esperamos dela na tentativa de nos tornarmos pessoas melhores.  Deixo com vocês, leitores do DR, um pequeno trailer de "Chico Xavier"  ( Veja o vídeo )

A autora
Começou como repórter na TV Aratu, em Salvador. Trabalhou depois nas TVs Globo, Manchete, SBT e CBS Telenotícias Brasil como repórter e âncora. É também artista plástica e tem dois livros de poesias publicados: "Pedaços de mim" e "De mala e vida na mão", ambos pela Editora Record. É repórter free-lancer e sócia de uma produtora de vídeos institucionais, junto com Eliakim Araujo, em Pembroke Pines, na Flórida.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rendimento médio do trabalhador é o maior desde 2003.

 Do Conversa Afiada

Lula pôs no bolso do trabalhador o $ que faltou com FHC



A arte de cortar os pulsos.




Saiu na Folha (*):

Rendimento médio do trabalhador é o maior desde 2003


O IBGE revelou que o rendimento do trabalhador atingiu em 2010 o seu maior patamar dos últimos sete anos. A cifra de R$ 1.490,61, a média calculada para o todo o ano passado, representa um ganho de 3,8% em relação a 2009 e de 19% desde 2003.


Para Cimar Azeredo Pereira, gerente de pesquisa do instituto, a inflação maior no ano passado inibiu uma expansão maior da renda neste ano, já que era esperada por economistas uma recuperação maior após a crise.


“A inflação tem certamente um peso no progresso do rendimento mais tímido do que o esperado”, disse ele.


Em 2010, a inflação estimada foi de 5,91% (maior alta desde 2004), conforme a leitura do IPCA, também calculado pelo IBGE. Desde 2003, a inflação acumulada foi de 44% (de dezembro a dezembro).


A massa de rendimento real dos trabalhadores ocupados atingiu a cifra de R$ 34,5 bilhões em dezembro, em um número 0,5% abaixo do resultado de novembro, mas é quase 10% superior À cifra registrada em dezembro de 2009.


DESOCUPADOS


A massa de trabalhadores desocupados foi calculada em 1,6 milhão, em média, para o ano de 2010. O número é 15% inferior à cifra registrada em 2009 e retoma uma tendência de queda registrada em 2008 e 2009. Em relação a 2003, quando foram estimados 2,6 milhões de desocupados, houve um decréscimo de 39% nos últimos sete anos. Em outros termos, 1 milhão de pessoas saíram da condição de desocupados.


Já a ocupação cresceu 2,9% em dezembro ante o mesmo mês de 2009 e totalizou 22,5 milhões de pessoas. Já o contingente de desempregados caiu 8% em relação a novembro e 21,4% na comparação com dezembro do ano anterior e fechou o ano passado em 1,3 milhão de pessoas.


Na média de 2010, a ocupação subiu 3,5%, contra uma queda de 15% do número de desempregados. O emprego com carteira aumentou 8,1% em dezembro ante o mesmo mês de 2009.


Com esse cenário, houve uma formalização do mercado de trabalho em 2010, que passou a contar com 46,3% de empregados formais no setor privado, ante 44,7% em 2009. Trata-se da maior proporção da série histórica do IBGE.


Já o rendimento teve queda de 0,7% em dezembro ante novembro e encerrou o ano a R$ 1.515,10. Na comparação com dezembro de 2009, houve crescimento de 5,9%. Em 2010, a média ficou em R$ 1.490,61, com alta de 3,8% ante 2009. Trata-se da maior cifra registrada desde 2002.


FORMALIZAÇÃO


Um dos principais destaques do mercado de trabalho em 2010 foi o crescimento da formalização, segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo Pereira. De 2009 para 2010, o total de trabalhadores com carteira assinada subiu 7,2%. Entre 2003 e 2010, a expansão acumulada ficou em 38,7%.


Nesse intervalo de tempo, mais do que dobrou o número de trabalhadores com carteira em Recife e Belo Horizonte. Em São Paulo, houve expansão de 39,2%.

Já o total de empregados por conta própria, informais em sua maioria, caiu de 20% em 2003 dos ocupados para 18,4% em 2010.


Para Azeredo Pereira, mesmo diante da crise, em 2009, o número de empregados com carteira continuou a crescer, apesar da freada na ocupação média (alta de apenas 0,7%, contra 3,5% em 2010).


Isso mostra que a formalização é um processo contínuo e está ligado à maior fiscalização do Ministério do Trabalho, à expansão da economia nos últimos anos e ao aumento da oferta de trabalho em setores mais formais.





NAVALHA                           


Navalha
Amigo navegante, é bom lembrar que o ano em referência, 2003, é o primeiro ano dourado do Governo Nunca Dantes.
De 2003 para trás, reinou a treva.
Amigo navegante, que obra o Farol de Alexandria deixou que utilizasse cimento e tijolo ?



Clique aqui para ler “Lula fecha 2010 com desemprego nunca dantes”.
Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Lembrem-se das mulheres, sempre.

Do RS Urgente

Levem ao menos uma mulher, pede Fórum de Davos

Por Katarina Peixoto
Que o Fórum Econômico de Davos está mal das pernas ninguém questiona. A novidade do Fórum que não é mais só do Norte, embora siga frio e dos muito ricos e riquíssimos, está num pequeno detalhe: os organizadores estão consternados com a falta de diversidade de gênero dentre os participantes do encontro na cidade suíça.
É claro, a consternação fundamental segue sendo outra, embora não transparente enquanto agenda. Trata-se do enigma de como continuar mandando no mundo, nesta conjuntura e com as mudanças em direção da multipolaridade em curso. Vale dizer que essas decisões importantes não ocupam conferências, por mais fechadas que estas venham a ser. Para cada conferência há algum acadêmico “prêt-à-penser”, como disse o professor da Universidade de Barcelona, Toni Domènech e outros macacos de auditório do gênero, como ex-governantes, periféricos ou não, dos anos 90 e grande elenco de sumidades, do porte de um Paulo Coelho, Bono Vox e coisas assim. Eles são auditório, isso mesmo. Porque as conferências e os acordos, as decisões e os debates, em Davos, não são públicos.
Nem a bagatela do preço dos ingressos dá acesso ao que o Fórum Econômico Mundial estabelece como agenda. Para esta não há bilhete premiado. Poder global não cai do céu nem se compra em paraíso fiscal, unicamente.
O colunista Andrew Ross Sorkin do New York Times fez uma bem humorada crônica(24/01/2001) sobre o custo Davos para os seus participantes. Na crônica, constam não somente os dados relativos à organização do FEM e os relatos de alguns participantes com grande expressão no encontro anual e demais atividades da área.
Ross Sorkin refere um detalhe interessante. A fim de incentivar a diversidade de gênero, o Fórum Econômico Mundial está solicitando aos participantes de nível mais alto (ver no texto do NYT os vários níveis de associação ao WEF, conforme os títulos de sócio oferecidos) que, dentre os cinco convidados a que têm direito, convidem ao menos uma mulher. Em números, os associados com carteirinha de “Parceiro Estratégico” pagam 522 mil dólares (um milhão de reais, em média) para poderem participar do evento de uma semana na cidadela, fora os ingressos individuais, no valor de 19 mil dólares cada um e os demais custos de viagem.
Do outro lado do mundo, em termos quase verticais, ocorrerá o Fórum Social Mundial, em Dakar, no Senegal, pouco depois do encontro dos ricos e muito ricos. Os seus organizadores costumam dizer que o caráter de contraponto a Davos foi superado e que o Fórum Social Mundial é muito maior do que um embate contra os donos do mundo poderia ser. É claro, essa não é uma posição imune a críticas e bem se sabe que o FSM tem um aspecto babilônico gratuito.
Dada a gravidade da crise econômica e financeira no mundo, há quem fale, e não são poucos, em crise civilizatória. O Fórum de Davos não tem, como é sabido e ressabido, autoridade para apresentar uma agenda para o mundo pós-crise ou mesmo de transição que conte com políticas globais para o seu enfrentamento. O Fórum Social Mundial, por outro lado, tem mais do que autoridade para debater uma agenda, aliás em gestação há mais de dez anos, entre os sujeitos objetificados pelos donos do mundo de Davos, e entre os movimentos sociais que ajudaram e estão ajudando a mudar ao menos a América Latina.
Quando a escumalha a ser reunida em Davos apresenta uma regra para quantificar a participação feminina não está adotando mais um expediente de absorção da agenda civilizatória. Pedir “ao menos uma mulher” aos mais ricos dentre o maior encontro dos mais ricos do mundo é um pouco mais que uma confissão de culpa, porque não é errado apenas moralmente, coisa que de resto em nada incomodaria a um Fórum com aquele perfil moral.
Pedir aos bilionários ao menos uma mulher é uma confissão do embrete civilizatório em que esses patifes estão. Ao menos no Senegal há gente, e haverá muitas mulheres. Não será um Fórum somente do Sul, mas também dos do Norte empobrecido e embrutecido pelas políticas brindadas em Davos e impostas ao resto do mundo. E será na África, o continente credor da orgia de Davos, lá onde os “perdedores” e os “mal sucedidos” estarão. Parte deles, inclusive, descerá das ruas geladas para o continente africano, porque outro mundo é possível, ao menos por isso.